Educação

Programa Saberes em Casa envolve alunos da rede municipal com desafios diários

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O dia mal começou e a aluna Thalita Isabelly Moura dos Santos, da EPG Procópio Ferreira, já está toda animada e preparada para mais um episódio do Programa Saberes em Casa. Café tomado e dentes escovados, ela acompanha a programação educativa diariamente e realiza diversas atividades. E assim tem sido a rotina de inúmeras crianças que assistem ao programa elaborado pela Secretaria de Educação de Guarulhos, oferecido aos estudantes da rede municipal pelos canais de TV e internet neste período de isolamento social.

A proposta pedagógica está pautada na concepção de formação integral da criança, conforme a Proposta Curricular Quadro de Saberes Necessários (QSN), documento alinhado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e reelaborado em 2019 pelo Grupo de Trabalho do Currículo e demais profissionais da educação.

Os alunos podem contar com o apoio dos pais para fazerem os diversos desafios apresentados no programa. A mãe da Thalita Isabelly relatou o dia a dia da filha em casa, enquanto as aulas estão suspensas. “Depois do café da manhã ela faz as atividades escolares acompanhada por mim ou pelo pai e, às vezes, por ambos. Como ela só tem quatro anos, nós ajudamos para que entenda algumas partes do programa. Ela está adorando tudo isso e nós também”, relata Léia Moura.

Desafio do Dia

Dentre os quadros do programa está o Desafio do Dia, apresentado pela professora Eliane de Siqueira. Nesse espaço são propostos desafios diários com diálogos que contemplam o maior número possível de alunos e atividades ligadas a diversos saberes, os quais as crianças conseguem desenvolver com os recursos que possuem em casa.

“Os desafios têm como objetivo promover reflexões e observação de diferentes situações presentes no contexto das crianças neste período de isolamento, bem como ampliar seus conhecimentos. Por esse motivo temos conceitos, atitudes e procedimentos incluídos nos desafios apresentados. Inicialmente eles foram pensados para crianças do 3º, 4º e 5º anos, no entanto, percebemos o envolvimento das outras turmas. Sendo assim, ‘o fazer do seu melhor jeito’, que eu falo diariamente, busca contemplar também os alunos menores nesse processo”, explica Eliane sobre abranger o máximo de alunos.

A interação das crianças com a programação é contagiante. É comum as famílias compartilharem os desafios realizados pelos pequenos nas redes sociais. Pelo Instagram SE Informe os pais se envolvem no aprendizado dos filhos e socializam as atividades, como construções de objetos com materiais reutilizáveis, cuidados com a saúde física, jogos e brincadeiras que promovem novas aprendizagens, além da interação e da valorização dos momentos em família.

Para Eliane de Siqueira, as dificuldades incluem não ter o educador ao seu lado para acolher dúvidas e auxiliá-las nessas construções, mas reforça a importância de deixar fluir a imaginação das crianças com a participação das famílias sempre que possível. “Busco realizar algumas retomadas, comentar postagens, mandar áudios e me aproximar delas o máximo que posso e, ao mesmo tempo, ofertar propostas cujo ponto de partida é a observação, levantamento de concepções prévias e demais informações que fazem parte do repertório de cada uma delas”, explica.

O aluno Gustavo Muricy Soares, quatro anos, tem se destacado na realização das atividades. Ele participa de todas as propostas do programa e dos conteúdos que a escola envia. “Hoje, por causa do coronavírus a gente não pode se encontrar, mas eu gosto muito das atividades do programa, dos desenhos, das cantorias e das historinhas. Quando o vírus passar nós vamos nos abraçar, apertar a mão e dar beijo de montão”, conta empolgado o aluno da EPG Maria Firmino dos Reis.

Professores engajados

Na EPG Undina Capellari Nunes, no Jardim Ottawa, a equipe está engajada nas atividades que são propostas pelo Departamento de Orientações Educacionais e Pedagógicas (Doep) neste período de quarentena. A coordenadora contatou os professores e pediu sugestões de atividades que contribuíssem para que as crianças possam se aprofundar nos assuntos contemplados no Programa Saberes em Casa.

Desde o mês de maio a professora Fabíola Ribeiro Chacim tem recebido devolutivas muito positivas de sua turma do 1º ano. “Há alguns anos costumamos fazer um grupo no WhatsApp com os pais das crianças da turma. No final do mês de abril, antes mesmo do Programa Saberes em Casa ir ao ar, as mães me pediram dicas de atividades que pudessem fazer com as crianças. A partir desta preocupação, comecei a pesquisar leituras que as mães pudessem realizar com seus filhos e a partir delas criar listas de palavras, construir registros e outras atividades que contribuem para o processo de alfabetização”.

Mesmo depois da estreia do programa, a professora prosseguiu enviando atividades que favorecem a aquisição de base alfabética. “Quando a Secretaria de Educação disponibilizou o resumo dos assuntos trabalhados diariamente e os desafios, passei a enviar as atividades alinhadas com o programa para contemplar esses saberes. Nesta ocasião, a divulgação da Revista Saberes e Aprendizagens, que possui os detalhes do que é apresentado no programa e é veiculada semanalmente para toda a rede, tornou-se uma ferramenta perfeita para auxiliar os professores no preparo antecipado de atividades. Com o planejamento do conteúdo semanal de todos os professores da equipe, a coordenação pedagógica alimenta a fanpage da escola no Facebook, no qual os pais e as crianças costumam interagir e buscar novas informações diariamente”, explica.

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