Direitos Humanos Educação VARIEDADES

COMUNICAÇÃO SOCIAL É TAMBÉM UM DIREITO HUMANO

Compartilhe nas redes sociais!

a natureza humana nos impulsiona à comunicação

Estudar comunicação é um sonho de criança. Me sinto vocacionado à comunicação desde as primeiras lembranças de minha vida. Ampliar o conhecimento técnico, expandir o conhecimento empírico que carrego com minhas iniciativas comunicacionais é sobretudo criar pontes de novas possibilidades.

Nesse sentido, minha escolha por uma nova área de atuação me faz desbravar novos mares e ao mesmo tempo conectar com minha formação inicial: a área da educação.

Pauto minha vida há quase duas décadas pela inovação e pesquisa do ensino/aprendizagem em minhas investigações pregressas estão à cultura (em seu sentido lato) e a educação (contemporânea, libertadora, dialógica).

Em minha pesquisa de pós-graduação, defendida na universidade de São Paulo, no ano de 2008, estava a provocação “o professor-comunicador” como aquele que transforma a aula num encontro e esse encontro em rizomas (no sentido de múltiplas conexôes, como aborda o filósofo francês Gilles Deleuze). A busca por essa interação fortuita é sem dúvida, o que eu; aprendiz de jornalista, pretendo com minhas palavras e opiniões.

Todo jornalista quer ser lido! Muitas vezes essa leitura é também visual, sonora, gestual

A imprensa de um modo geral é uma janela para o mundo e suas significâncias. Por falar nisso, faço uma ponte de correlação com o campo da semiótica, frequentemente debatido nas minhas aulas aos jovens do ensino médio, quando abordávamos as variedades de representações, códigos, símbolos e metáforas trazidos pelos profissionais da comunicação em suas decodificações dos fatos, informações,bem como na estética da notícia.

Agora nas aulas da faculdade de jornalismo, a euforia de conhecer detalhes históricos dos quais não tinha tamanha dimensão, me faço um vai e volta na história, de modo a absorver e melhor compreender as relações entre educação – cultura – comunicação.

Dias atrás, recordei de um documentário muito relevante na minha formação “A invenção da infância” da jornalista e cineasta brasileira Liliana Sulzbach; em que investiga conceitos e signos do que é ser criança no nosso país e como a indústria da comunicação, principalmente a cultura de massa, influencia nessas representações.

Nessa aula escolhida para minha reflexão de trajetória de aprendizagem, há o subtítulo que muito me chamou atenção: “A evolução da humanidade está ligada à comunicação” essa afirmação vai ao encontro de nossas construções de sentidos enquanto sujeitos que aprendem com o meio em que vivem (me lembra Vigotsky em suas reflexões sobre a Zona de Desenvolvimento Proximal) e como ao longo da vida é preciso desconstruir padrões que nos foram comunicados. Me refiro, nesse caso, à nossa formação cidadã.

Não apenas o conteúdo do que aprendemos, mas também a forma com que esse conteúdo chega até cada um de nós, são fatores determinantes para aplicarmos esses conteúdos em nossa prática social.

Não se aprende apenas nas escolas; há infinitos espaços e oportunidades não-convencionais de aprendizagem e a imprensa, sem dúvida, ensina, forma, influencia.

Ainda que o propósito seja a imparcialidade, estudiosos refletem como diferentes órgãos de imprensa tendenciam em suas publicações. Daí há margem para muitas outras janelas de pensamentos sobre o assunto.

Quanto a evolução dos meios de comunicação ao longo da história, está nosso avanço tecnológico, novas descobertas, passando por transformações enquanto sociedade.

Durante minha adolescência vivenciei o desejo de ter acesso às novas tecnologias e isso era uma realidade distante, pois naquela época o acesso era restrito às classes sociais mais abastadas. Nas últimas duas décadas houve uma significativa democratização do acesso às mídias digitais, o que fez com que diferentes classes sociais tivessem contato com novas formas de comunicação.

Anos atrás li a obra “Cibercultura” do filósofo Pierri Levy, a obra aponta, já naquela época (1.997) uma consolidação do ciberespaço e uma construção de inteligência coletiva. O autor, visionário, já explorava em suas reflexões o que atualmente é uma realidade comum á todos nós, com as redes sociais, por exemplo.

O desafio da transição do jornal impresso para o jornal digital é um bom exemplo, de como a comunicação acompanha as transformações sociais, em diferentes tempo/espaço e contexto histórico.

Durante quase duas décadas criei, mediei, explorei, inter-relacionei, projetos em “educomunicação” com diferentes públicos e faixas etárias; um ciclo suficientemente experimentado, para que eu possa falar com propriedade sobre esse processo de criação de conteúdo e ter como substância para uma pesquisa acadêmica em jornalismo.

O direito à comunicação é também um direito humano fundamental.

A aplicabilidade do conceito de comunicação, em diferentes espaços, principalmente nas mídias digitais, em minha formação é primordial para a expansão de minha práxis profissional nessa tríade de atuação do jornalismo que pretendo cumprir: educação, cultura e direitos humanos.

Tiago Ortaet

Arte/educador, autor literário e ativista social, atualmente está estudante de jornalismo e diretor de direitos humanos da cidade de Guarulhos.

www.tiagoortaet.com – @tiagoortaet

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *