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Armazenamento de energia renovável, um desafio para um futuro próximo

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O desenvolvimento de armazenamento de energia de longa duração está sendo estudado pela Energy Vault, uma  start-up com sede na Suíça.

Conclui-se que o ponto negativo das energias renováveis é a ausência do sol e do vento. E o que fazer? É aí que a Energy Vault sinaliza a novidade e diz ter encontrado a solução por meio da técnica do armazenamento de energia.

Sabemos que as energias solar e eólica têm papel fundamental nas estratégias energéticas, cujo objetivo é reduzir o consumo de combustíveis fósseis que emitem CO² e outros gases poluentes. No entanto, as dificuldades para o armazenamento de energia tornam a energia nuclear e os combustíveis fósseis indispensáveis. Além disso, é necessário substituir a energia nuclear devido aos seus riscos. O difícil mesmo, porém, é armazenar a energia produzida e utilizá-la segundo as flutuações do consumo durante o dia.

Robert Piconi, CEO da Energy Vault, explica que a empresa está procurando a solução, mas optou por não investir em baterias para o armazenamento da eletricidade, pelo fato de necessitarem de substâncias químicas ou metálicas, a exemplo do lítio. O que causa impacto sobre o meio ambiente, e também a eficiência das baterias diminui com o tempo de uso.

Concreto em vez de água

Baseada nessas explicações, a solução encontrada pela Energy Vault foi a construção de uma gigantesca torre de blocos de concreto com 35 toneladas cada. Um guindaste especial com seis braços move as peças de cima para baixo usando energia renovável.

Durante o movimento descendente causado pela força da gravidade, a energia armazenada é convertida em energia elétrica, quase integralmente.  Um software especial controla automaticamente o processo de carga e descarga na torre. Porém, fator como o vento é levado em consideração pela possibilidade de gerar efeito sobre os blocos e a torre.

Essa é uma tecnologia utilizada há muitas décadas, cujo método consiste em bombear a água para o nível mais alto quando há excedente de energia, e as tarifas de eletricidade são baixas. Quando o consumo é elevado, a água é drenada e a eletricidade produzida é vendida a tarifas mais elevadas. Em outras palavras, 96% da energia armazenada no mundo ocorre através desse processo.

Vale enfatizar que o executivo afirma que o ponto negativo do sistema é que esse tipo de usina só pode ser construída em países que dispõem de muita água, montanhas e recursos financeiros. Mas em muitos países com essas características, existe resistência ao projeto devido a preocupações com a conservação da natureza.

Todavia, Piconi refere que os pesquisadores da Energy Vault encontraram uma solução:  “A nossa torre de baterias pode ser construída em qualquer lugar. Os preços são muito mais baixos e o grau de eficiência energética é 80% maior do que nas usinas reversíveis”.

Clientes e investidores

De acordo com declarações de especialistas da Energy Vault, uma torre de 120 metros de altura permite armazenar até 35 MWh e supre a necessidade de duas a três mil residências por um período de oito horas. Os custos são calculados entre oito e nove milhões de francos.

A empresa propôs a construção do protótipo de uma torre com 60 metros de altura nos arredores de Bellinzona, a capital do cantão do Ticino, no sul da Suíça. A construção permitirá otimizar o software, que é considerado a grande inovação da empresa, cuja função é controlar autonomamente todos os processos, levando-se em conta as necessidades do mercado da eletricidade e as condições meteorológicas. O ideal é que a torre seja localizada perto de usinas de energia eólica e solar, e de usinas industriais que não sejam desligadas à noite. Também permitirá otimizar os processos de movimentação dos blocos de concreto.

Se o teste do protótipo obtiver sucesso o produto poderá ser lançado no mercado o mais rápido possível. Mais de 100 empresas anunciaram interesse e visitarão a fábrica piloto. Dessa forma, já existe uma fila de espera de potenciais clientes. É importante frisar que a empresa tem recursos financeiros suficientes para satisfazer a forte procura.

Cooperação internacional

Espera-se para os próximos anos bilhões de dólares em investimentos na produção de baterias, baseados em pesquisas realizadas nas áreas de sistemas eletroquímicos, eletromecânicos, térmicos ou em hidrogênio. Entretanto, o armazenamento industrial de eletricidade ainda é tímido e as soluções não são lucrativas, nem sustentáveis. 

Ainda sobre isso, Robert Piconi declara que o referido sistema é baseado em tecnologia já conhecida: guindastes para elevadores de carga, guindastes móveis utilizados para movimentação de contêineres em navios, concreto e geradores fabricados pela Asea Brown Boveri (ABB). Portanto, as torres de concreto com os seus guindastes poderiam, a médio prazo, fechar a lacuna que existe no ciclo de fornecimento energético de baixas emissões a partir de fontes de energia renováveis.

Grandes expectativas

É importante saber quem impulsiona o desenvolvimento da Energy Vault é o americano Bill Gross, por meio de sua empresa californiana Idealab. Gross apoiou 150 start-ups de novas tecnologias e fontes de energia renováveis. Para impulsionar o projeto, o executivo recorreu ao engenheiro do Ticino e inventor da nova tecnologia, Andrea Pedretti, e ao empresário americano Robert Piconi, que mora no Ticino há vários anos.

Contudo, a companhia start-up  Energy Vault terá de provar que tem um sistema eficiente e competitivo. Piconi, que já trabalhou para grandes multinacionais, está convencido de que pode resolver o problema do armazenamento de energia elétrica e afirma, “há grandes expectativas, pois ninguém conseguiu resolver esse problema até hoje. Mas nós combinamos tecnologias comprovadas com um software inovador. Elas nos permitem produzir, armazenar e comercializar, pela primeira vez, eletricidade limpa a preços mais baixos do que a eletricidade produzida a partir de combustíveis fósseis.”, enfatiza Piconi.

Fonte:https://www.swissinfo.ch/por/economia/empreendedorismo_m%C3%A9todo-revolucion%C3%A1rio-de-armazenamento-de-energia-renov%C3%A1vel/45406166

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Grande Abraço e até a próxima.

Marco Musolino
Marco Musolino
Olá leitor (a), meu nome é Marco Musolino, sou empresário, diretor da Ecosmart Energia Solar e especialista em sistemas fotovoltaicos, que é a geração de energia a partir da captação da luz do sol, uma fonte limpa e inesgotável. Nesta coluna, apresentarei a vocês como a energia solar pode contribuir para as questões ambientais, por meio da transição energética mundial, também chamada de transição ecológica. Surge das dependências de combustíveis fósseis, como o carvão ou o petróleo, e diversifica a matriz energética, utilizando-se de fontes renováveis, a exemplo da energia solar ou a eólica. Tem como objetivo diminuir a emissão dos gases do efeito estufa e, consequentemente, o aquecimento global. Especialmente, gera mudança profunda na estrutura econômica, social e política. Todas as quartas feiras nos encontramos aqui no Jornal de Guarulhos.com, para falarmos sobre energia solar e meio ambiente. Deixe a sua dúvida e o seu comentário, até o próximo encontro.

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